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quarta-feira, junho 30, 2004

Nação enjeitada 

Portugal é como um criança nascida num bairro social, de familia carenciada, avós analfabetos, que vendo-se recentemente abandonada pelo pai (que nunca cumpriu as promessas que foi fazendo ao filho) se bate com todas as suas forças na peladinha lá da rua para vencer os calmeirões com mais 5 e 6 anos que ela. É a raiva produzida pela injustiça acumulada. É uma nação enjeitada que levanta a cabeça, olha para a baliza e, semi-tresloucada, das entranhas mais fundas extrai o poder da vitória. Como dizia o camarada Lefante: "É a puta da loucura"! A ver vamos é se esta nação, vencedora no campo mas vencida pela vida, não vira mesmo puta. E barata.

terça-feira, junho 29, 2004

Não perdes pela demora no seu pior... 

Sua exma. Vileza, o seu post inaugurou, com a pompa e circunstância devida a um ex-candidato à Presidência da Comissão Europeia, um novo patamar de ignomínia neste antro de canalhas: o da insinuação e calúnia sobre a vida privada de terceiros. Deixe-me, com toda a honestidade, dizer-lhe que você é mesmo um horrivelmente asqueroso imbecil. Mas pronto. Isso já nós sabíamos, não é verdade?... Agora que sua vileza fizesse compensar a sua fraca figura e invisível musculatura com uma exacerbada crina de machão lusitano é de todo uma novidade para mim. Ó homem, informo-o que estamos no séc. XXI! E ponha-se a pau porque a polícia holandesa não brinca com a igualdade de direitos. Se mói a sua concubina à pancada para ela não ter acesso à Internet, ainda o enfiam numa jaula cheia de machões neerlandeses tatuados que logo, e pela retaguarda, lhe tirarão esse panache de garanhão também com a pompa e circunstância que lhe é devida.

Ate a ultima 

Durão Barroso faz declaração ao país às 12h30... "Vou. Tenho que ir..."
Durão fala ao país às 12:45 horas... "Não vou... Não posso deixar isto entregue ao Santana..."
Durão Barroso fala ao país às 13:00... Bolas, tenho que ir... A Guida já fez as malas e tudo...
A oposição critica o silêncio do primeiro-ministro... eu acho que o xoninhas não sabe o que quer...

PS - Este post foi propositadamente escrito antes de saber a decisão. Em tempo de bola, prognósticos só no fim do jogo...

Há sempre uma primeira vez 

Hoje, quebrando barreiras outrora intransponíveis e, porque não dizê-lo, tendo em conta o contexto, explorando mares nunca dantes navegados, venho usufruir deste meio para tecer um elogio a uma das cavalgaduras que têm por hábito poluir este estábulo: quero dar os meus parabéns ao Vil Eanes pela sua candidatura à presidência da comissão europeia, entretanto infelizmente finada. Aquilo que, ao princípio, parecia não ser mais do que a comprovação de uma loucura latente que tem acompanhado esse jovem ao longo da sua vida, uma manifestação da sua megalomania, o delírio derradeiro de um pobre de Deus, escondia afinal desígnios bem mais altos do que julgava: o bravo Eanes, qual general seu homónimo, fazia-se afinal passar por tresloucado com o intuito de nos salvar de um futuro mais aterrador: Pedro Santana Lopes como primeiro-ministro.

PS - Bom, se essa hipótese se confirmar, o mundo deve estar mesmo a acabar. Se calhar era boa ideia contactar o professor Fofana, poderoso médium, para o gajo perguntar ao Salazar se o Inferno tem vindo a arrefecer... Já agora, só faltava Portugal ganhar o Europeu de futebol, não?

segunda-feira, junho 28, 2004

Não Perdes Pela Demora no seu melhor... 

No meio da azáfama ninguém comentou o melhor post maldizente de sempre... "SIM SENHOR! E TU LÁ NA PRAÇA PARA OS VERES! A Esposa" escreveu a própria no post do Isauro... Sabemos agora porque deixou Isauro de escrever durante algum tempo... "Escrever nesse blog desses bandidos? Nem penses! Já para casa! E não olhes para trás senão ainda apanhas! Andor!". Quem usará as calças lá em casa?

Agora ou nunca 

Depois da derrocada dos tradicionais candidatos ao título europeu (Alemanha, Itália, Espanha, Inglaterra e França), Portugal tem a melhor oportunidade de sempre de trazer a jarra para casa. É verdade que a Holanda e, provavelmente, a República Checa são adversários de peso, mas porra, momentos como este não se repetirão tão cedo. Até porque o Euro 2004 marca o fim da linha dos últimos três resistentes da chamada geração de ouro, a tal que não nos deu sequer pechisbeque nos últimos anos. Se levarmos na bolha da Holanda, cenário a ter em conta, a nossa participação na prova será honrosa. Mas não será já a hora de acrescentarmos alguma coisa à vitrina da Praça da Alegria?

PS: O o artista que tanto desancou em Guterres por ter fugido a meio do mandato vai ser o fantoche dos grandes europeus. Melhor que isso só mesmo o Santana a PM. E ainda há quem chame a isto um país...

domingo, junho 27, 2004

O Xuxa Tavares 

Ontem à noite, no jornal da TVI, o Miguel Sousa Tavares reafirmou que a Selecção de Futebol Nacional apenas fez o que lhes competia, ou seja, jogou futebol e ganhou à Inglaterra - porque a nossa selecção é tão paga em prémios de jogo que é uma vergonha, basta pormos os olhos nos suecos, esses sim, gente fina, que não recebem quaisquer prémios de jogo, não são mercenários como os nossos, que correm atrás dos Euros e não do Euro... O nível das justificações era este que lêem. Contudo, a relação salário - eficiência, como todas as verdades popularuchas, é uma boa verdade - há ricaços incompetentes. Mas já viram o que acontecia se todos os que ganhassem bem tivessem de justificar o seu salário? Teríamos um Primeiro Ministro que passava mais tempo a governar e menos a preparar eleições. O Isauro trocaria as suas descrições de destinos turísticos por histórias de escritório. E se formos bem a ver, o próprio Sousa Tavares teria de ir além da meia-hora por semana de comentários imbecis, para justificar os milhares de euros que leva para casa. Mas para ganhar o meu respeito - bom, para isso, teria de fazer algo mais.

sexta-feira, junho 25, 2004

Arrepiante! 

A bola: uma história de amor.

quinta-feira, junho 24, 2004

O elogio do insulto ou O buzinão motorizado 

Camaradas, venho esta tarque aqui elogiar ambas as reacções que o resultado do jogo desta noite poderá desencadear no enebriado povo português, dependendo do desfecho de mais esta "epopeia" dos seus onze argonautas. A primeira reacção, a acontecer em caso de vitória e semelhante à do bêbedo feliz, é a de desatar a buzinar e emitir todo o tipo de ruidos agudos, acutilantes e dilacerantes para o ouvido interno de mamíferos e vertebrados em geral. Estes ruídos (em períodos de sobriedade tidos como extremamente desagradáveis) são, quando em estado de embriaguez vitoriosa, tidos como celestiais pela lusa espécie. Mas o mais imcompreensível é a forma como os celebrantes não largam, por nada deste mundo, os seus automóveis. Quais hamsters dentro da gaiola e sob doses experimentais de barbitúricos, eles não param de dar voltas à praça lá da terra cavalgando os seus gasolineiros rocinantes. A segunda reacção, a acontecer em caso de derrota e semelhante à do bêbedo insuportável e mal-educado, é a de insultar, achincalhar, maldizer, vituperar e mandar-repetidamente-sodomizar-por-vários-bosquimanes-em-fúria todos os jogadores em campo, os suplentes, quem os seleccionou, quem seleccionou o seleccionador, os parentes até ao 13º grau dos anteriormente insultados, o árbitro, os fiscais, a UEFA, os estádios, o governo, Portugal... E sobretudo os mesquinhos, ingratos, brandos e insolentes costumes do português, esse eterno estrangeiro no seu país.


Os tansos 

Vejo o amigo proletário invejoso por conhecer alguém que saiba o que fazer quando põe os dedos em teclas. Coitado, um dia estará apto a teclar os seus próprios textos. Ao menos podia também ele ter post um link, sempre dava para a propaganda... É tanso. E talvez baralhado pela notícia da minha natural candidatura , põe-se a elogiar o elefante, que no seu estilo inconfundível, conseguiu escrever um post sem falar mal da bola, escondendo assim o fanático faccioso que é. De tanso que é, nem sequer aproveitou a oportunidade para cascar no europeu que mostra as maravilhas de Portugal. O país é tão bom ou tão mau que depois de 15 dias cá, até os atinados nórdicos se põem com jigajogas para tramar ialianos... Realmente...

quarta-feira, junho 23, 2004

O Pianista 

Desta vez o sinetas não esteve mal de todo. Tirando a parte da inveja por não ter assento no estádio, foi graças a ele que descobri um novo pianista: Gil Eanes. Brilhante, é o mínimo que posso dizer sobre esse animal. O gajo cujo único dote musical conhecido até à data era o de agredir a pontapé e a murro vários instrumentos rudimentares de percussão, vem agora gabar-se de dominar os teclados. Espero que ele nos faça uma visita brevemente e nos possa mostrar a sua deslumbrante interpretação do rach 3 de Rachmaninov. Aposto que, no país do seu exílio, o trânsito pára quando ele toca na rádio e na televisão.

A patética corja que me acompanha 

Temos uma hiena que reclama que o povo (o seu desprezo pelo povo é recorrente) está hipnotizado com a bola e não liga nenhuma a questões políticas verdadeiramente importantes. Se estivesse na mão de algum de nós alterar isso seria na sua, mas que faz vossa idiotice? Todos sabemos... Entretanto desejo-lhe sorte na sua senda de necrófago e espero que consiga assistir a mais um desprezível jogo de futebol na próxima quinta-feira. Bom trabalho. Mas tenho que lhe pedir desculpa por ter sido injusto anteriormente consigo. Afinal, quem aspira ao convívio com elites da blogosfera de cocktail na mão é outro pulha que não o meu amigo. Anuncio ainda que nos livrámos de vez do vil emigrante, já que aparentemente vai assumir finalmente o papel de político de feira que todos já lhe conhecíamos. Boa sorte para si também. E por fim, uma valente gargalhada nas fuças infantis do científico que aparentemente me tentou insultar aqui, mas que dada a complicada tecnologia blogger, se enganou e o post foi parar a outro blogue, texto que tratou já de apagar. Evidentemente o pingo de vergonha que ainda lhe resta não lhe permitiu voltar a escrever a ofensa e colocá-la aqui, no sítio devido. Também deste não devemos ter notícias tão cedo, o que são excelentes notícias.

terça-feira, junho 22, 2004

Povo que cantas 

O povo saiu à rua, enlouquecido pela cacetada aplicada nos castelhanos. Não nego o estímulo injectado na medíocre na auto-estima nacional, mas temo o reviver da velha máxima romana do pão e circo. Enquanto o Durão assina em Bruxelas a nova constituição europeia, a turba vai tecendo louvores ao Gomes dos cabelos compridos. Só espero que, quando chegar a altura (se chegar) do referendo, a malta já tenha aterrado no chão. Mas enfim, afinal são só três semanas de bola e o Pauleta até está castigado para o embate com os bifes. Vamos eles, que, como diria o Estebes, Inglês que grita contra Portugal, volta mais cedo à terra natal.

sexta-feira, junho 18, 2004

Triste sina a de estar sempre na moda 

Ora aí está o intelectual no seu melhor. Afinal, qual treinador de bancada descontente, fecha os olhos e lança-se num filão de banalidades já demasiado gastas nesta casa. Vejo que o Tupperware ocupa um lugar importante no seu extenso mapa mundi de conhecimento. Deve ser para conservar em boas condições a réstia de neurónio que insiste em ocupar o T0 onde encerra a sua massa encefálica. Tem razão num ponto, pobre figura de estilo, estou fora de moda. A honradez e firmeza de carácter são qualidades em desuso neste mundo em que as leis são ditadas e defendidas por literatos tão pomposos como vazios, categoria onde você ascende à condição de bardo. Mas como, ao contrário do que sucede na célebre história gaulesa, a si ninguém o amarra a uma árvore com uma mordaça, lá temos que ir aturando a sua incomensurável arrogância. Felizmente, não preciso de pagar a sua portagem para sair do meu “mundinho”. Se você estende a mão aos portageiros da sua incontinência, esse é um problema que terá de resolver sozinho. Refastele-se ao espelho, debite as suas sentenças sobre o que é e o que não é estar na moda e divirta-se na onanística contemplação da sua obra. Estou certo que isso lhe basta para se sentir feliz.

Triste sina a do tempo o ter levado 

Já cá faltava o cavaleiro andante em prol da donzela. Mas repare bem, meu caro proletas, nem a dondoca é donzela nem o camarada cavaleiro. Percebo a sua mágoa: por um lado, o proletariado está morto e enterrado e, assim, titubeante, arremessa-se à intelectualidade, farejando suinamente pasquins de fraca fama, cada vez em maior número. Por outro, e por isso mesmo, deseja ascender ao olimpo intelectualóide, digamos, passar a sê-lo em vez de escrevê-lo. Compreendo-o. Também quer um tupperware. Também quer um creme de noite Avon. Pois bem não hesite, junte-se ao comadrio - nada há de melhor do que um proletário convertido em bimbo, perdão, em bomba. Inteligente, contudo, tal como as demais convivas do fétido e bafiento charco, o caro amanuense não é. Ou teria percebido que nada tenho contra a auto-bajulação, exercício que incentivo e que aqui se pratica todos os dias, muito mais vós que eu, como bem notou, mas contra a hetero-oligarco-bajulação. Não percebe. Eu explico. Estou contra aquela, aqueles que se fecham num jardinzinho, num bloguinho, numa revistinha e lhe chamam mundo e cobram portagem e pensam que sabem, que ditam modas. Meu caro proletário, desde o seu nome até à sua tinta, todo você está fora de moda, fora de tempo e fora de uso. A única coisa dentro de si é um enorme vazio e um desejo contínuo, embora ainda envergonhado - assuma-se! - de ser também uma bomba inteligente. E como tal pseudo-intelectual. E como tal rebente longe para não cheirar mal.

O Farol 

Maravilhem-se meus caros, deslumbrem-se, deixem que ele vos aponte o caminho. O Paradoxo está aqui para nos resgatar da mediania, para trazer o mundo a quem só conhece a aldeia, para nos falar de cibernética quando ainda não passámos do torno. Que pena que ele venha cá tão pouco. Lamento as lições de vida que temos andado a perder e perco o sono quando imagino a vertigem que nos escapa entre os dedos. Mas lamento, sobretudo, a nossa atávica incapacidade de estarmos à altura do poeta. Dou-lhe apenas um conselho de provinciano: Dedique-se mais aos seus 40 blogs (que nada têm de auto-bajulação, não, não, nem pensar) e não conspurque a sua douta imagem frequentando este antro de pequenez.

Serões de Província 

Há um vasto número de certames que sempre me fascinaram pela sua riqueza intelectual latente. É bom ver que existe na blogosfera um local capaz de os reunir a todos, para que possamos, sem demoras ou delongas regozijar-nos com esse tipo social, descendente queirosiano directo. Aí podemos encontrar o que de melhor Portugal sabe oferecer no que toca à vaidade discreta, a suave arrogância, a soberba leviana. Enfim, nessa mistura entre encontros Avon e Tupperware podemos afinal levar um banho de cultura e com a cicerone bombástica gorgulhar ao som da sua batuta. Timbre, perdão. Esta verdadeira bomba da blogosfera reproduz, deliciosamente, o que o país tem de pior, e por isso lhe estamos gratos: a pequenez, o comadrio, o pensar que se sabe quando se sabe tão pouco e a triste, muito triste alienação da realidade. O encerramento na torre de marfim. O bajular quem se considera melhor, o ignorar o que se desconhece. Enfim, O Mundo segundo a Pequenez. Queira deus que a cházada perdure para que nos possamos deleitar continuamente com tal deslumbrante desfile de tacanhez. Perdoem-me este texto a despropósito do tema, que bem sei ser sobre intelectuais com blogs, pseudo ou próprios, mas não resisti a escrever sobre dondocas com muitos dicionários etimológicos em casa.

quinta-feira, junho 17, 2004

O intelectual atormentado 

Cumpre-me a mim, caro proletas, a dura tarefa de lhe revelar um segredo ainda maior do que o quarto de Fátima: o senhor padece de grave distúrbio que o impede de escrever um post sem uma dose maciça de auto-indulgência. O senhor personifica aquilo a que se chamava, quando éramos crianças, um "mariquinhas" e um "queixinhas". O paradigma: "Você ainda há-de ser capaz de escrever um post sem referências à minha pessoa". Pois digo-lho do fundo do coração, tenho fé que o senhor ainda há-de ser capaz de escrever um post sem referência às referências à sua pessoa.

PS - Aguardo impacientemente pela sua resposta, a qual me dará toda a razão, mas enfim... é um caso patológico.

quarta-feira, junho 16, 2004

Early morning snobs 

“I see my face in the mirror
My brilliance shines trough the walls
I must educate the people
After I scratch my balls”
Joseph of Charles, London, 1675

Na vasta comunidade de intelectuais que espalham a sua sabedoria pela blogosfera, o Pacheco é um caso à parte. Aquilo não é um blogue, é uma verdadeira enciclopédia abrupta de saber. O Pacheco define a moral, o Pacheco dá poesia, o Pacheco desmonta a política, o Pacheco mostra-nos a arte que interessa, o Pacheco viaja, o Pacheco tem de ir para o ICEP, ouviram, PACHECO NO ICEP! PACHECO CANDIDATO AO NOBEL! PACEHCO A PRESIDENTE HONORÁRIO E VITALÍCIO DA NAÇÃO! Só é pena o Pacheco ser tantas vezes confundido como um chato moralista que ganha a vida a ser do contra só para demonstrar a todo o momento a sua condição de livre pensador. Há almas maldosas que o insinuam a todo o momento. Mas o Pacheco sobreviverá.

PS: Caro proveta, concentre-se, respire fundo, faça yoga se for preciso. Você ainda há-de ser capaz de escrever um post sem referências à minha pessoa. Não hesite em pedir ajuda médica

segunda-feira, junho 14, 2004

Um vasto abanico 

Antes de mais, estamos todos de parabéns com o facto de este ser o terceiro post no blog seguido, sem interlúdios bizarros por parte do nosso caniche Proleta. Que tudo se mantenha neste clima desparasitado. Quanto ao tema em mãos, apraz-me em boa hora enunciar esse EleFante Branco da nossa Blogosfera que insiste em brindar o incauto de quando em vez com variados esgares estéticos, de duvidoso bom gosto. Diria mesmo, um desgosto. Falo da Avenida do Abanico, que se assume como um vastulec de escolhas e opiniões freneticamente intelectuais, mas que serve unica e exclusivamente para o desfile em marcha daquela que se assume como a mulher da Avenida. Vou começar exactamente por aí - cara menina da Avenida, tem de se deixar de piroseiras coloridas. Não é por andar de mini saia caleidoscópica e a atar cotonetes às orelhas que os outros se irão interessar pela sua desconversa, sabia? Ora vamos lá a ver se se deixa de pseudo-intelectualarmices tangosas e começa a falar das coisas que realmente interessam. Por exemplo, já pensou porqué que a Selecção perde sempre que vai ao Porto? Vá, desfile sobre isso. Fico à espera.

O animal assume-se 

O barato Cabrone, quiçá entusiasmado com a referência ao termo "intelectual", corre e é o primeiro (e único, diria eu) a presumir que dele se trata. No entanto, deixe-me relatar-lhe a fraca figura que assume: alguém que escreve "eu não sou pseudo-inteltual, sou mesmo um intelectual assumido!" não pode passar de um anão intelectual, mesmo se esticado em cima dos dedos dos pés. E não me refiro apenas ao erro grosseiro - que irei fingir acreditar tratar-se de uma gralha - , mas sobretudo à sobranceria com que se refere ao próprio. Vossa Excrescência faz lembrar aqueles jogadores de futebol brasileiros que falam deles próprios na terceira pessoa, como se tivessem o Rei Luís XIV na barriga...

segunda-feira, junho 07, 2004

Boletim de Estatística 

Já que o proveta quer entrar por essa via, façamos as contas. Também fui ver o histórico do blogue e descobri um certo padrão no comportamento deste animal, dito "racional" e "cheio de vida". Pois então, nos últimos dez posts que escreveu, seis são exclusivamente dedicados à minha pessoa, um contem referências a mim no meio de outros insultos e só três não incluem o meu nome. Será que a palavra obsessão lhe diz alguma coisa? Alguém o chamou agora para se meter na conversa? Se reparar, aí à direita, há um senhor de quem é suposto dizer qualquer coisa. Continuarei a escrever com a regularidade costumeira. Afinal, alguém tem de manter a casa activa.

A vida convida 

Ele há criaturas cavalheirescas. Depois, os que reagem mal. Ainda depois, os que reagem como verdadeiros Putos quando a verdade assoma à porta deles. Recusam-na, esbracejam e dizem que a culpa não é deles. Neste espaço há uns poucos. Depois temos O Puto Proletário, a quem mais uma vez a cidadania e a higiene pública me obrigam a dirigir a palavra uma vez mais. Caro Proleta. Espreguice-se. Faz bem espreguiçar-se e libertar-se desses traumas que o preenchem. Já está? Muito bem. Agora vamos falar sinceramente. Sabe, estive a dar uma vista de olhos nas estatísticas do site. Dos últimos 20 posts, 9 são seus. A sua mulher sabe disso? E se não sabe, acha sinceramente que iria gostar de saber? Decerto que não. Hm... E vejo que, em cada um dos outros onze posts onde lhe apontam algum defeito, por pequeno que seja, o seu ego incha num processo de auto-esmifranço e exala um rápido "vai tu!". Caro Proleta, isso fazíamos nós no ciclo. Já se fez um homenzinho. Assuma-se, vá. O seu ultimo post não tem ponta por onde se lhe pegue: o Vil Eanes não falava da qualidade do Ser Humano. Na realidade, você até nem está interessado no que o Vil lhe está a dizer, porque as opiniões dele nunca valeram um chavo, não é? A sua resposta em post é apenas o reflexo da sua falta de sociabilidade. Esse sim, é o verdadeiro tema e a motivação do Vil. Lute contra isso, homem. Saia do armário-jaula onde a sua vontade o mantém. Enquanto fica para aqui a falar sozinho e, como reparei, a responder às suas próprias mensagens, há uma vida lá fora. Aproveite-a. Saia. Vá a uns concertos, a um jogo da bola. Convide os amigos para uns caracóis. Vai ver que é tão ou mais gratificante que esgadanhar-se intelectualmente, a provar que a culpa não é sua e que você é que tem razão. Não se preocupe com isso. Viva. A vida convida. E se puder, emigre. Sim, experimente a distância deste espaço. Olhe, vá para Timor. Parece que com o Isauro resultou.

Sugestão de Emprego 

Constato, sem surpresa, que o nosso emigrado continua a usar os mesmos critérios para avaliar os outros. Para, ele, a qualidade de um ser humano mede-se através destes quatro adjectivos, por ordem decrescente: “jovem, bem parecido, bom hálito, inteligente”. Sugiro-lhe que se ofrerça para a campanha eleitoral da Força Portugal. É o lugar certo para quem pensa como você. Já agora, um pequeno conselho: mande trocar as lentes das suas cangalhas e limpe o espelho da casa de banho. Não entre em depressão com o resultado...

sábado, junho 05, 2004

Tire daí a mãozinha! 

Serve o presente para me desmarcar das razões que levaram esse vil náufrago a, em boa hora, se abster de escrever por estas bandas. Devo dizer-lhe que se deixei de escrever foi porque, por um lado, trabalho, situação que ao contrário de si, claramente, e dos outros pulhas, certamente, me consome uma significativa parte dos meus dias, e por outro, porque toda a distância que eu tiver destes "debates" será sempre insuficiente. Reconheço que os seus dias à volta do mulherio e de refeições bem regadas, também lhe tirem tempo e discernimento. Tenha é santa paciência e não me inclua nessas lides. Quanto às características que tão generosamente me atribui, já não lhe posso dar o mesmo valor que V.Exa. lhes dá. Jovem, é certo, mas é um facto tão objectivo e irrelevante como o de ter cinco dedos em cada mão. Bem parecido é um facto incontornável, mas não me traz nenhum benefício a nível profissional (pode parecer-lhe estranho, mas há profissões para as quais isso é irrelevante) e nem me faz escrever pior ou melhor. Aliás, já o devia saber, já que o meu amigo, apesar de feio como os trovões, conseguiu fazer a 4ª classe. A questão do bom-hálito é outro facto mas mais não faz do que permitir-me ter uma vida social sem sobressaltos de maior. A, até para si, radiosa inteligência que possuo, é de facto o único factor que me permite todo este sucesso e escrita de elevado recorte literário, e é por isso que por tantas vezes me afasto deste antro. Já a sua inteligência serve-lhe apenas, aparentemente, para conseguir lembrar-se que tem que fazer refeições diárias. Também lhe deve servir, em boa verdade, para se lembrar que não podia deixar de estar em Madrid num fim-de-semana, em que se casava o príncipe herdeiro. Sei que a instituição monárquica espanhola lhe é cara, e compreendo que não poderia nunca faltar a este evento, e é por respeito a isso que não pegarei por aqui para o vilipendiar.

sexta-feira, junho 04, 2004

Fraquinho 

De facto andam fraquinhos os tempos de má-língua. Mas há uma explicação simples para isso. A maioria dos pulhas que povoam este blog (incluindo eu próprio) temos tido a agenda preenchida. Sabem como é, as miúdas não nos largam... Jantares, almoços, ceias, pequenos-almoços... É o resultado de quase todos nós sermos jovens, bem parecidos, bom hálito, inteligentes. Percebem agora porque é que o proletário passa a vida a escrever...

quarta-feira, junho 02, 2004

Uma catana para os seguidores do Caetano 

Quando esta taberna foi fundada, já temia que os cérebros minguados dos clientes habituais falhassem. Eles até me surpeenderam nos primeiros tempos, não pela qualidade mas antes pela quantidade de disparates que conseguiram publicar aqui. Chegou enfim, a hora da estagnação. Um diz que já teve o blogger aberto e não conseguiu escrever nada. Outros dois refugiam-se na desculpa esfarrapada do trabalho em excesso (como se fizessem alguma coisa por merecer o salário mensal). Há uma personagem que fugiu para o Oriente e só se manifesta para falar de piscinas em cenários de luxo. E até os que não dão notícia alguma. Se calhar até já faleceram. O Caetano tem muitas pontas soltas. Não há é forcados para pegar no touro, seja por cobardia, veneração ou inércia. É triste.

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